Reduzir os custos operacionais é um desafio constante para postos de serviços de beira de estrada, que precisam manter a sua fachada iluminada e suas instalações, como restaurantes, banheiros com chuveiro, lava-rápido, funcionando 24 horas por dia, sete dias da semana. E com a alta constante nas tarifas de eletricidade nos últimos anos, a energia limpa se tornou uma alternativa para estes estabelecimentos controlarem suas despesas e aumentar a lucratividade.
“A maioria dos estabelecimentos do setor que investem em energia solar tem consumo mensal de até 20 mil kWh”, afirma Tassio Barboza, diretor técnico da Enersol Brasil, empresa especializada em desenvolvimento de projeto, instalação e manutenção de sistemas de energia solar da região Nordeste e um dos principais parceiros locais da Fronius do Brasil, fabricante líder de inversores para energia fotovoltaica.
É o caso do Autoposto Reforço, rede com tradição de 38 anos nas estradas nordestinas, que apostou no sistema de energia solar para manter a qualidade de serviço de suas instalações das suas quatro unidades. Com dois postos na Bahia, um em Sergipe e um em Alagoas, o grupo recebe em média mais de 1.300 viajantes e 1.200 caminhões por dia, que abastecem seus veículos e usam suas instalações, como churrascaria, lava-rápido, banheiro, estacionamento, entre outros.
Toda essa movimentação gerava ao grupo Reforço um gasto mensal de 145 mil reais na conta de luz, com a tarifa da bandeira amarela. “Decidimos investir em energia solar para tentar ‘zerar’ ou reduzir ao máximo essa conta”, afirma Joemir Mocellin, diretor administrativo da Reforço.
Desenvolvido pela Enersol em parceria com a Fronius, o projeto de energia solar da Rede Reforço representou um investimento de mais de 5,35 milhões de reais. Para produzir eletricidade suficiente capaz de suprir 100% do consumo dos postos foram instalados, nas churrascarias e áreas de abastecimento, 40 inversores entre Fronius Eco e Eco Light e Fronius Symo, conectados a 3.844 painéis solares.
Conta de luz quase ‘zerada’ - Em um ano, a solução já produz eletricidade suficiente para baixar a despesa com eletricidade de toda a rede de 145 mil reais para menos de 30 mil reais por mês, uma redução de mais de 80%. A margem de economia varia de acordo com o posto e a região. O melhor resultado foi verificado na Bahia e em Alagoas, onde há isenção do ICMS sobre a tarifa de uso do sistema de distribuição (TUSD). O retorno sobre investimento foi calculado em aproximadamente 4 anos.
Frequentado por cerca de 700 a 900 pessoas por dia e parada de cerca de 600 caminhões, o Posto Reforço 1, de Poções-BA, que antes gastava cerca de 27 mil reais na conta de luz, hoje não precisa pagar mais de 300 reais mensais pela eletricidade. Já para as cerca de 200 pessoas e 100 caminhões atendidos por dia, o Posto Reforço 4 – Itatim chegou a desembolsar até 24 mil reais pela eletricidade consumida, e agora também paga tarifa mínima (em torno de 100 reais, aproximadamente). No Reforço de Rio Largo, em Alagoas, que recebe cerca de 120 pessoas ao dia, a conta de luz caiu de 32 mil reais mensais para faixa de 7 a 8 mil reais por mês.
Mesmo com cobrança de ICMS sobre TUSD na energia compensada, o posto de Umbaúba, Sergipe, teve redução significativa de valores na conta de luz. Apenas com parte do projeto concluído, o Reforço de Umbaúba reduziu, em um ano, a conta que era de 50 mil reais mensais para algo em torno de 10 mil reais, mantendo a frequência de 300 pessoas por dia e cerca de 500 caminhoneiros.
O que considerar antes de investir em energia solar - Barboza, da Enersol, ressalta que, antes de decidir pela implantação do sistema fotovoltaico, é importante avaliar o perfil de consumo do estabelecimento e analisar se o gasto mensal com a conta de luz compensa o investimento. Segundo explica, o valor do investimento em equipamentos é praticamente proporcional ao consumo necessário. Por exemplo, para consumo de 12 mil kWh por mês (fatura de aproximadamente 12,5 mil reais), com gerador, inversores da Fronius e painéis solares, seria necessário investir 400 mil reais, cerca de 4,2 reais por Wp.
“Além da economia, o sistema fotovoltaico tem forte apelo ecológico, o que reforça ainda mais a imagem de um posto de serviços sustentável e preocupado com meio ambiente”, afirma Ariel Martins, especialista técnico da Fronius.